sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dormir pra que,né!?!??!

Ontem foi um dia feliz, uma tarde/noite agradável, tudo nos conformes...até que cheguei em casa...mais pra lá do que pra cá, havia bebido alguns "dois" copinhos de cerveja, amigos que vejo sempre, outros nem tanto. É...tava na parte que havia chegado em casa. Então, estava querendo dormir, alguns amigos também estavam lá, outros nem tão amigos assim, mas também estavam. Expulsei alguns da minha cama "sofá", para eu poder dormir feliz e tranquila como todas as noites, desde que comecei a trabalhar. Pelo menos foi o que eu acreditei em fazer, não consegui pregar os olhos à noite inteira, as pessoas legais que moram na minha casa, resolveram, não sei porque causa ou circunstância, conversar aquela hora da noite, mas não era somente conversa...andavam pela casa, vontades do nada de ir ao banheiro e assim vai ou foi noite adentro, até que eu enchi, pois tudo nessa vida tem limite, até o meu saco, que não possuo, mas tudo bem, já estava cheio, aquela hora da noite. Falei grosso, a pessoa boa aqui tem que levantar as cinco da matina para trabalhar, me incluo no refrão do Seu Jorge, “trabalhador brasileiro”, pobre tem é que sofrer mesmo, pr’o rico se divertir. Ta a noite passou rápido, quando deu por mim já estava atrasada, como sempre, novidade nenhuma até ai, fiz tudo o que eu faço normalmente antes de sair de casa para o trabalho ou para a faculdade, mas essa semana eu troquei os meus horários, tudo muito confuso, conturbado na minha vida, mas a gente vai levando, outra música “a gente vai levando, a gente vai levando...Bla, blá, blá, Chico Buarque, mas uma música de pobre, deixa eu voltar pra minha história triste, isso aqui é quase um desabafo, tava lá no café da manhã, sim, ai acabei de me arrumar sai de casa uhhuulll, felicidade, que nada...pensei vou aproveitar que o caminho é longo até o trabalho, vou entrar no ônibus e dormir que nem um bebê...engano,pura ilusão, além de pegar o ônibus atrasada, ele ainda estava LOTADO, ééé...fui em pé até o trabalho, batendo a cabeça na barra de segurança, estou com um galo enorme na testa, cochilei e plufti, já era. Cheguei no trabalho isso ainda era às sete da manhã...o dia mal tinha começado, imagine o que ainda tem por vir...
Continuando...agora já estou no dia seguinte bem mais calma, mas vou terminar a historinha que havia começado ontem. Já estava no trabalho...tudo programado para eu sair às 13h, pois ainda tinha que ir ao Leblon comprar os ingressos do show da Chicas, se você não conhece deveria, deixo aqui a dica, mas acabei saindo do trabalho às 15h aí atrasou o meu dia todo, porque ainda queria assistir a uma palestra na faculdade que começaria às 15:30, ou seja, perdi a palestra, ainda tive que ir lá no fim da Zona Sul, pra não dizer outra coisa, fui lá comprei voltei para a faculdade, joguei cartas, bati papo, assisti a palestra das 19h, cá entre nós um porre, nem com muita cerva na cara daria pra assistir, mas não estava muito a fim de ir pra casa, topei né!?!?Aí entre esse meio tempo aconteceram outras coisas, mas tudo dentro dos conformes, nada que me tirasse do eixo. Fui pra casa dormi igual a um bebê...hoje foi tranqüilo...
Nossa isso tá quase um diário, que brega, escrevi só porque estava possessa por não ter dormido e tal, mas hoje estou mais feliz, dormi seis horas seguidas, beleza pura.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Rosa

Eu estou morrendo aos poucos. Meus olhos não enxergam ao longe. Meus ouvidos não decifram os detalhes. Meu olfato já não me traz prazer. Meu pulmão se acostumou a sugar o mínimo. Resistência de quem já sabe o que está absorvendo. Meu corpo não se mexe mais. Deitada numa cama só meus olhos se movem. Eles vêem uma luz, não muito distante. Em volta de mi só escuridão. As pessoas a minha volta falam! Falam tanto! Queria poder entender... Já nem sei mais se são pessoas. Já nem sei mais se quero entender. Me lembro que alguém colocou uma roseira na minha janela. Um dia eu vi um pontinho verde ficar rosado. Depois, pouco depois, já dava para perceber as pétalas se formando e o botão se abrindo lentamente, sempre que meus olhos se afastavam. Era uma beleza divina, impressionante! O que é que faz essa vida nascer ao meu lado e aos pouquinhos, no tempo certo, se desenvolver até atingir o ápice da beleza, a pureza da sensibilidade, o veludo das pétalas, a simetria perfeita de algo que antes não estava ali. Minha atenção se desviou por um momento. A euforia que senti por tão intenso tempo foi diminuindo e eu não consegui mais me mexer. As pétalas foram caindo e o rosado ficando branco.
Eu estou morrendo aos poucos. O único movimento que meu corpo faz é cumprir uma rotina mecânica, diária, igual. Um papel que me disseram para cumprir. Meu pulmão se acostumou com a fumaça dos motores e dos cigarros. Meus ouvidos não conseguem me deixar em paz. Meu olfato traz todo o mal que está no ar para dentro de mim.
Meus olhos enchergam uma luz...
Continuo rezando para aquilo ser só um filme na TV. Se fosse realidade... me faria tão mal...
Olho para os lados e vejo outras pessoas morrendo aos poucos. Da minha janela consigo ver as pétalas de outras flores se desfazendo com o vento. Lá embaixo, vejo as minhas pétalas se misturando com outras num moinho de poeira seguindo rua abaixo, rodando sem parar.
Helicóptero abatido, policial ladrão, policial, ladrão, criança ferida, bala perdida, criança ladrão.
É um filme! É só um filme! E acalmo meu coração.
Hoje, da minha cama, já consigo mexer o dedo! Solucionei muitos pesares desligando aquela luz que ficava na minha frente. As pessoas a minha volta falam tanto! Quase não reparei no novo botão da roseira.

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